Tua

Não acho graça quando tenho que disfarçar, corro tímida, desprovida de ilusão, enquanto meus pés se fixam no chão. No teu chão exatamente. Me deixa ficar do teu lado, me deixa segurar a tua mão e fingir que posso cair. Me segura. Brinca de me esconder do mundo, enquanto minhas angústias também se perdem na exaustão do meu coração. Hei moço, não esquece que a gente construiu um jardim tão lindo juntos. Não inventa, nem pense em podar as roseiras. Elas são nossas. Nossos olhos moldaram todas as flores, enquanto o amor se espetava tranquilamente na linda rosa de lágrima vermelha. E doía aqui, nesse meu querer sempre dolorido, nesta minha insistência em fazer melhor, em ser melhor. Não me esquece moço, promete? Mesmo que o sol esquente a tua memória e mais tarde te faça ser chuva, ainda assim, deixa molhar moço. Que teu rosto caiba na preguiça minha de fazer acontecer, enquanto aqui olhando pra lua eu brinco de ser tua.

Amor..Mas qual amor?

Que estúpido é o amor! Quantas vezes…passa o tempo devagar e batem as horas no sino umas a seguir às outras, à espera de uma mensagem tua e ela, nunca mais chega. De repente, sem às vezes me aperceber, quase já sem contar, aí vem ela curta, apaziguadora, serena, como se fosse o único alimento que alguém com fome precisa de comer, ou como o último desejo do condenado à morte, à espera do carrasco para ligar os fios à cadeira eléctrica.
Que alegre é o amor, quando logo ao levantar vem a mensagem toda empertigada, mesmo que cheia de preguiça para me desejar um bom dia. E o amor, esse sentimento estranho acelera-me o coração que não pode e não quer, mas depressa volta ao normal. Afinal, é só mais uma mensagem banal que não me trás as respostas às perguntas feitas e por isso vai parar ao mesmo sítio das outras.
Sim, é assim o amor. No entanto de que vale a espera ansiosa, se atrás de uma outra vem, mesmo que muitas horas depois. Mais uma que vai para o caixote do lixo. Hoje, apetecia-me escarrapachar aqui o teu nome, cometer inconfidências, dizer onde moras, mostrar a luminosidade do teu sorriso maroto mas, de que valia tal coisa, se não sei quem és, apesar de às vezes te querer tanto. Por vezes, chega uma mensagem mais aconchegante e apetece-me, sair a correr porta fora e mostrá-la a todo o mundo.
Quando por fim paro de ler as mensagens que te enviei e já passam de mil, conto o tempo que demorei a escrevê-las e o tempo que demoraste a lê-las e faço contas ao tempo todo, como se fosse um exercício de matemática e o tempo que sobra é quase nenhum se lhe juntar o tempo que pensei em ti. No fim das contas todas feitas, sinto que te enchi de palavras e esvaziei-te ainda mais de mim. Contudo não descanso e de vez em quando, retiro-te as palavras e será que tu te enches de mim?
Entretanto, sinto-me uma cobarde por não ter feito tudo ou por não ter feito nada, senão mexer com as palavras, escrevê-las à toa, e pensar que elas poderiam mudar-te para mim. Não, o amor é estúpido mas não é assim, o amor é sentir por vezes sem querer, o amor é ter sem sentir posse, o amor é tudo o que te digo com os olhos e sentes com o coração.

Impulso

Não consigo controlar as vezes os desejos
Os impulsos que brotam em mim
Esse calor que percorre meu corpo
Essa vontade quase que incontrolável de ter você
Se alastra em mim
Meu corpo fica arrepiado
Ao simples toque de seus dedos em minha pele
Ao rosnar de seus lábios nos meus
De meus dedos entrelaçados aos seus
E a cada sussurro dito em meu ouvido
A cada reação provocada em meu corpo
Faz com que eu tenha a certeza
Que eu vou querer repetir mais esses momentos
Fortes e quentes com você
E que logo mais a frente os irei ter

Ano Novo

Jogando muita coisa fora, deletando, rasgando, apagando, amassando e arrancando quando for preciso. Eu sei que não é fácil mas devemos fazer essa limpa nas nossas casas materiais e mentais. É bom para iniciarmos um novo ano com mais papéis em branco. Deixemos o que fez parte de nossa história e joguemos fora o que nos prejudicou. Faça novos planos para o ano sem se preocupar se vai conseguir ou não. Devemos aprender a viver intensamente o presente então, viva o momento dos planos porque eles também são importantes. Demonstram que você está junto com a sua emoção e que você não desistiu ou esqueceu de viver. Os momentos infelizes ou decepcionantes sempre irão existir. Essa é uma parte de nossas vidas que nos impulsionam a superar. As cicatrizes não são para continuar a doer como se a ferida ainda existisse. Elas estão ali somente para fazer parte de nossa história. Para nos fazer lembrar quem nós fomos e o que nos tornamos por conta dessa experiência de dor.
"Valorizemos nossas cicatrizes da vida sem continuar a viver a dor das feridas."

A letra dessa musica é linda!Perfeita!