Difícil compreender algumas palavras, alguns sons, alguns gestos. Difícil entender as entrelinhas de pensamentos não revelados, de sonhos frustrados, de sensações não mais sentidas. Difícil viajar por um caminho sem sinalização, sem uma ponte, sem um mapa. Dói não pensar mais num pensamento que não saía da mente. Machuca não entender os porquês. Não ter as respostas para um infinito de perguntas. Difícil esperar por um sinal, por um socorro, por um carinho. Difícil não ser mais como era, como existia ou nunca existiu? Difícil sentir a ausência, a carência, a utopia. Difícil acorrentar a alma a um esboço de felicidade, de amor, de eternidade. Difícil desenhar a vida, colorir os espaços, alegrar o coração quando tudo parece um tanto vazio, amargo, sem sentido, sem noção. Difícil contar os dias mesclando loucura e razão vivendo a era do que já foi. Difícil olhar para o céu e não ver as estrelas dançando num baile de luzes, cantando harmoniosamente ao coração apaixonado. Difícil entender tantos erros, tantos acertos. Difícil unir o que se perdeu no meio do caminho.