Perto...e... longe

Nunca pensei que alguém poderia entrar na minha vida daquela maneira. Estava imenso calor e o coração palpitava por um encosto. Um lugar onde abraçasse letras verdadeiras ou um alguém onde restasse com alma. Foram noites a contar estrelas e a tentar navegar com a lua. Foram sonhos tomados como realidade que fui incapaz de ver o mal que me estavam a causar. Há que saber distinguir o que é sonho e o que é realidade. Mas na verdade aquele ser tinha sido enviado dos meus sonhos para se apresentar àquela realidade em que eu teria desistido de lançar os dados se não o tivesse encontrado. A minha fraqueza estava no auge e os pesadelos interferiam com a minha simples maneira de pensar. Mas aí fui envolvido pela sua alma que me demonstrou que um abraço da vida é aquilo que precisamos para sorrir. Foi rápida e inesperada a sua maneira de entrar, de me fazer sorrir e sonhar com os pés bem assentes na vida que, outrora, desejei trocar. Foi fácil a comunicação e simples o sentimento que se foi desenvolvendo e escrevendo nas nossas faces. Mas ainda mais rápido foi a sua maneira de sair da minha vida sem qualquer nota de justificação ou despedimento. Fiquei ao abandono mas interiorizei que só fica quem é realmente verdadeiro e tem algo para nos mostrar. Quem se vai de uma maneira ou de outra, só demonstra que os abraços que dá são sempre para alimentar um coração que se encontra dentro de si, gelado e sem qualquer tipo de afecto que fosse verdadeiro. E a esses seres sem verdadeiro amor, desejo-lhes o máximo de carinho para que quando se cruzarem na minha vida tenham o descaramento de me olhar nos olhos e dizer que vão partir mas que levarão a saudade com eles. Agora restam as noites em pensamento e os ventos de lembranças com um "para sempre" escrito na memória.